O design como um processo de gestão

O artigo “O design na prática dos negócios” inicia a abordagem do design visto como um processo e seu direcionamento a uma atuação mais estratégica no mercado, tornando-se um forte aliado à gestão das marcas independente do porte e do ramo de atuação das empresas.

Mas seria possível o extenso mundo corporativo que vai além da fração que envolve agências e escritórios de design enxergá-lo como uma ferramenta de gestão?

Ao pensar no design estratégico e seu processo dentro das empresas, a imagem ainda é facilmente associada apenas a designers atuando em corporações de segmentos diversos. Porém, tanto o processo quanto o pensamento orientado pelo design não se restringem somente a eles.

A International Council of Societies of Industrial Design (ICSID) enfatiza as noções de criatividade, coerência, qualidade industrial, forma e conhecimento multidisciplinar: “O design é uma atividade criativa cujo objetivo é estabelecer as qualidades multifacetadas dos objetos, processos, serviços e seus sistemas em ciclos de vida completos. Portanto, design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial do intercâmbio cultural e econômico”.

Independente da especialidade praticada – produto, gráfico, ambiente, web, entre outros – o design possui caráter multidisciplinar e envolve, segundo Mozota (2011):
• Um processo criativo interno;
• Um processo de produção externo;
• Um processo de planejamento;
Um processo de gestão.

A gestão do design originou-se na Grã-Bretanha na década de 60, referindo-se ao gerenciamento da interface entre agência de design e cliente. Ao longo do tempo, quando este conceito foi ampliado integrando o design ao ambiente organizacional, Patrick Hetzel (1993 apud MOZOTA, 2011, p.94) também amplia o escopo da gestão do design apresentando três definições:
• Gestão do design (gestão do processo criativo dentro da corporação);
• Gestão de uma empresa de design;
Gestão de uma empresa de acordo com os princípios de design.

O conservadorismo e a resistência a mudanças faz com que algumas empresas encontrem dificuldade em integrar os princípios do design no processo de gestão. Com o quadro comparativo a seguir é possível compreender a convergência das abordagens de gestão e design facilitando o entendimento dos conceitos-chave que promovem a conciliação das disciplinas.

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Fonte: Adaptado de MOZOTA (2011, p. 98).

Ainda segundo a concepção de Mozota, a gestão do design relaciona-se diretamente ao processo de mudança do modelo gerencial de Taylor, convencional e hierárquico, para um modelo organizacional plano e flexível, mais informal, que encoraja a iniciativa individual, a independência e a tomada de riscos. Desta forma, a gestão por meio dos princípios do design possibilita aos profissionais a oportunidade de participar, cocriar e explorar novas possibilidades. E o modelo de pensamento orientado pelo design, com o qual são abordados os problemas e conduzidos os projetos, propõe soluções de forma iterativa (processos contínuos), estimula a criatividade e a inovação.

Segundo West e Coutinho (2012) para a Harvard Business Review, a gestão e o modo de pensar do design, ou design thinking, não substituem a gestão empresarial, mas “propõem um novo enfoque para a resolução de problemas e a busca de novas ideias para processos, produtos, serviços e marcas”.

REFERÊNCIAS

MOZOTA, Brigitte Borja de; KLÖPSCH, Cássia; COSTA, Felipe C. Xavier da. Gestão de Design: usando o design para construir valor de marca e inovação corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2011.

WEST, Harry; COUTINHO, André. Business Design. Harvard Business Review. Disponível em: <http://www.hbrbr.com.br/materia/business-design>. Acesso em: 05 Jan. 2013.

Fonte: Infobranding

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